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Foto: Reprodução
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Há relatos de devoção nas cidades de Milagres, Aurora e Várzea Alegre. Todas as jovens tiveram uma história parecida com a de Benigna.
A cearense Benigna Cardoso da Silva, conhecida como menina Benigna, foi beatificada nesta segunda-feira (24) durante uma celebração realizada no município de Crato, na Região do Cariri. No Ceará, moradores de outras cidades cearenses relatam que alcançaram graças à intervenção de outras jovens.
Conheça a história de outros cearenses considerados santos populares no interior do estado.
Devoção à Maria do Socorro
Em Milagres, a 475 km de Fortaleza, o túmulo de Francisca Maria do Socorro, morta aos 13 anos, recebe visitas diariamente de devotos. Francisca do Socorro, como ficou conhecida, retornava com a avó quando foi assassinada por um homem.
Terezinha Fernandes diz que a cura da filha se deu por conta de um terço que ela rezou para Francisca do Socorro.
"Minha menina tem 36 anos e quando ela tinha dois anos levou uma queda e bateu a perna. Então eu fiz uma promessa se caso ela melhorasse eu fazia uma perna de madeira e ia deixar aqui. Tanto que estou aqui e minha filha nunca mais sentiu algo na perna", afirmou emocionada.
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Quem foi Benigna Cardoso da Silva, cearense beatificada
A aposentada Filomena Fernandes conta como Francisca do Socorro foi morta. "Nesse dia ela foi com a avó buscar água no bebedouro. A avó ela estava na frente e ela era meio surda. Aí foi quando esse cara a pegou. Quando a avó chegou em casa sentiu falta dela e retornou ao local e deu de cara com a cena", relata.
A autônoma Rita de Cássia, que pesquisou sobre o caso, afirmou que o suspeito de praticar o crime foi solto na época por falta de provas e que a morte de Francisca do Socorro ficou impune. "Foi solto por falta de provas na época pelo juiz de direito por ele [o assassino] não ter as características do criminoso. Ficou impune."
Em Aurora, a 476 km da capital, a devoção é para mártir Francisca, assassinada com dez facadas pelo ex-noivo por aceitar o fim do relacionamento. Segundo relatos de moradores mais antigos, mártir Francisca foi morta aos 16 anos em fevereiro de 1958.
"Era uma jovem de fé, da religião e da comunidade. Quando ela voltava da igreja de Aurora com seus irmãos foi assassinada", conta o professor, Santino Roberto de Medeiros.
Por conta da história, moradores ergueram uma capelinha. Nela há várias imagens de santos e de fotos de graças alcançadas.
"Minha mãe conta que eu nasci com a cabeça inclinada pelo lado esquerdo e fez uma promessa para Francisca que, se o meu pescoço a cabeça voltasse para o lugar, ela só ia cortar meu cabelo aos sete anos de idade. E assim foi, e aos poucos minha cabeça retornou ao lugar", conta a professora Edivânia Tavares.
Maria de Bil e a fé popular
Maria de Bil é mais uma santa escolhida pela fé popular em Várzea Alegre, 446 km da capital. Ela foi morta brutalmente pelo marido, Bil, em 11 de março de 1926, depois de uma relação conjugal mal resolvida em que ele não aceitava o fim do casamento.
Maria de Bil tinha dois filhos e, quando se preparava para ter o terceiro, descobriu que o marido tinha um relacionamento com a irmã dela.
Moradores contam que Maria de Bil foi morta em uma estrada na Serra do Gravié. O caminho hoje é percorrido pelos fiéis e as cruzes relembram o trajeto feito pelos familiares com o corpo de Maria.
Capela e estátua
A capela dedicada a Maria de Bil foi construída em 1957, na região do Gravié. A bisavó de William Ponte foi a primeira a relatar que teve uma graça alcançada por Maria de Bil.
"Em 1954, minha bisavó apresentou alguns problemas de saúde. E pediu para ela para ficar boa. de saúde. E se ela conseguisse essa graça, minha bisavó ergueria uma capelinha para ela e viria todos os dias 13 rezar o terço", conta.
"Uma amiga teve um câncer de mama e rezei para a Maria de Bil. E se ela ficasse curada eu iria subir a serra e rezar um terço para ela", relata uma fiel.
Fonte: G1