Será o 14º museu orgânico de uma rede de fomento à tradição. O de Maria de Tiê é um reconhecimento ao valor excepcional de integridade, autenticidade e universalidade cultural que o Quilombo dos Souza representa, explica o gerente de cultura do Sesc Ceará, Alemberg Quindins. Maria de Tiê, reconhecida como Mestra na tradição da dança de coco e maneiro pau, em 2019, mantém viva essa cultura, e, segundo Alemberg, o Museu Orgânico vai evidenciar a vivência da ancestralidade cultural de um povo através da arte dessas danças.
De acordo com a historiadora Regivania Rodrigues, acredita-se que a dança de coco tenha surgido por volta do século XVI, nas regiões agrestes, nas proximidades dos engenhos de cana-de-açúcar, surgida a partir das danças de umbigadas dos batuques africanos, que depois uniu-se aos versos e rimas sobre os afazeres cotidianos, produzidos pelos quebradores de coco nos trabalhos dos coqueirais. “É consenso entre estudiosos que a dança foi se transformando ao longo do tempo, a partir da interação entre as culturas africana e indígena”, explica.
Alemberg ressalta que o Sesc está em um processo de reconhecimento da Chapada do Araripe como patrimônio dá Humanidade, e espaços como o do Museu Orgânico Terreiro Cultural da Mestre Maria de Tiê são um exemplo de gestão participativa desse território cultural da bacia geológica do Araripe. “Então, reconhecê-lo é nos reconhecer como valores universais culturais da humanidade”, avalia.
Foto: AUGUSTO PESSOA
@mostrasesccarirideculturas
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